No ano do centenário de fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) a Boitempo e a Fundação Astrojildo Pereira relançam um autor fundamental da nossa cultura: Astrojildo Pereira (1890-1965). Crítica impura é uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. Editado originalmente em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. Seu conteúdo é uma reunião de textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos. A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo entre os principais críticos literários brasileiros. A segunda aborda a China comunista na qual Astrojildo analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo tem como assunto comum as vinculações entre política e cultura, reunindo textos de intervenção pública que marcaram a trajetória política de Astrojildo em diversos debates centrais do Brasil da metade do século XX. A nova edição conta com uma nova padronização editorial e atualização gramatical. Foram incorporados novos textos buscando enriquecer a experiência de leitura. O prefácio é assinado pela jornalista Josélia Aguiar e a orelha pelo jornalista Paulo Roberto Pires. Tais especialistas conseguiram desvendar diversos aspectos fundamentais da relevância de Astrojildo para o mundo cultural brasileiro no século XX. Um texto de Leandro Konder (1936-2014) sobre a vida e a obra de Astrojildo Pereira foi incluído como anexo. Konder, que foi um amigo pessoal de Astrojildo, apresenta nesse raro texto, editado uma única vez, uma síntese da biografia do personagem, mas não só, destaca também aspectos de sua personalidade, demonstrando o conhecimento íntimo sobre seu objeto. Em outros termos, trata-se de um observador privilegiado.
Felipe Demier nos brinda com esta coletânea de textos pela qual afirma-se, mais uma vez, como um dos principais ensaístas políticos da nossa geração. Aqui, reúne crônicas sobre um período no qual, dramaticamente, o neofascismo no governo defronta-se com uma crise sanitária, econômica e social mundial de proporções inéditas. Nesses marcos, Demier reflete, com a mordacidade e a ironia que lhe são características, sobre estes dias tão estranhos. Nos lembra que, apesar de o futuro não ser mais como era antigamente, ainda podemos mudar o mundo. Desde que não permitamos que nos roubem a coragem. Para tanto, este livro é um enfático convite.
O conteúdo do livro apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado que nos faz refletir sobreas relações intersubjetivas e as abordagens realizadas pelos trabalhadores de saúdeno cuidado ao usuário de crack no contexto da rede social de apoio formal em Fortaleza. O oferecimento de cuidado em saúde na rede social de apoio é pautado muitas vezes na homogeneização do usuário crack. Independente do local de tratamento, a atenção à saúde deve atender ao pressuposto da singularidade do cuidado, da compreensão da complexidade e da autonomia de cada sujeito, que, além de ser um usuário do sistema, é um cidadão protagonista do seu percurso terapêutico. Diante da complexidade das questões expostas, dá-se conta dos grandes desafios a serem enfrentados pelos serviços de saúde e do necessário diálogo com vistas a uma transição para um modelo de cuidado mais integral e humanizador.
Este livro traz relatos de experiências de atendimentos pontuais on-line, oferecidos por um grupo voluntário, o Time Humanidades, composto por psicólogos e psiquiatras durante os primeiros 9 meses da pandemia do Covid-19 no Brasil. Algumas situações vivenciadas foram selecionadas e registradas por este grupo de profissionais da área da saúde mental, que se uniram profissionalmente por meio de um sentimento comum: a solidariedade.
Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas tem sua base de conhecimentos e de prática hospitalar no Hospital Infantil Darcy Vargas, um dos centros de referência na assistência da criança gravemente enferma. A obra procura marcar passo a passo a linha de conduta de cada equipe frente ao tipo de afecção. E por consequência, divide-se em seções que bem refletem essa ideologia tão importante para assistência de enfermagem. Cuidados de Enfermagem em Especialidades Pediátricas é trabalho que, sem sombra de dúvida, por nascer da experiência hospitalar, em consequência de seu sentido pratico, muito ensinará a todos os enfermeiros que atuam nos ambientes hospitalares e ambulatoriais, dando-lhes condições de conhecimento e outras técnicas para aprimorarem e melhor se qualificarem neste tipo tão importante e emergencial de atendimento.
O envelhecimento da população é um fenômeno universal, sendo que nos países emergentes a velocidade desse processo é mais significativa. No Brasil, em 1950 a população de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos representava 4,9% do total e a estimativa é que chegue a 23,6% em 2050. Essa população passará a depender cada vez mais de cuidadores e profissionais de Enfermagem para ajudá-la suas limitações físicas e emocionais. "Cuidados de Enfermagem em Geriatria" é ferramenta indispensável para os profissionais de Enfermagem que atuam e pretendem atuar no atendimento dessa população. Para que a assistência de Enfermagem ao idoso seja oferecida com qualidade isenta de imperícia, imprudência ou negligência, esses profissionais devem estar imbuídos de conhecimento científico e detalhado relativo aos cuidados adequados a serem oferecidos a esta clientela. Em virtude disso, o livro traz informações sobre as diversas patologias e os cuidados relacionados ao idoso, abordando desde o envelhecimento cutâneo; catarata e glaucoma; hipertensão arterial sistêmica; doença de Alzheimer; doença de Parkinson; perda de memória; síndrome demencial; acidente vascular encefálico; insuficiência cardíaca coronariana; doença pulmonar obstrutiva crônica; aterosclerose; nefropatia diabética; câncer de próstata; osteoporose e osteomalacia, até o cuidado em assistência ambulatorial para o idoso portador de DST, como a AIDS.
Este livro tem como principal objetivo tornar-se fonte segura e ampla de consulta, educação, pesquisa e guia para a construção de uma prática entre leigos e acadêmicos na área de cuidados paliativos, e com isso, torna-se um clássico por excelência nessa temática. Reúne textos dos maiores especialistas brasileiros na área...
Este é um livro destinado à implantação dos cuidados paliativos nas Unidades de Terapia Intensiva. Seguem-se no livro os capítulos sobre Cuidados Paliativos a serem implantados e sobre a identificação e o controle de sintomas nos diferentes cenários: UTI de adulto, pediátrica e em neonatologia. É também definido o controle dos sintomas do ponto de vista multiprofissional, na área médica, na fisioterapia e na enfermagem, sendo apontado o valor da enfermagem como mediadora da equipe multiprofissional e a importância da avaliação do controle da dor como 5º sinal vital.
Cuidados Paliativos na Prática Clínica em Tempos de COVID-19 retrata as ações do Núcleo Técnico Científico em Cuidados Paliativos realizadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a partir do início do ano de 2020, ocasião da maior mobilização da história deste complexo hospitalar, voltada para o atendimento de uma crise sanitária. Relata as experiências vividas pela equipe no atendimento a pacientes acometidos por formas moderadas a graves da COVID-19 e aqueles que, em condição de doença avançada e com outros diagnósticos, foram elegíveis para Cuidados Paliativos. Uma atuação inédita. A obra foi organizada em 3 seções, apresentadas e prefaciadas separadamente. Seção I – A organização do trabalho no contexto da emergência sanitária e os aspectos técnicos da prática clínica do atendimento em Cuidados Paliativos prestado no HCFMUSP durante a pandemia. Seção II – Vivências e experiências com pacientes e familiares. Ênfase especial é dada aos aspectos biográficos do paciente, sob forma narrativa, e suas relações com o sofrimento vivenciado. Seção III – Visão voltada para o profissional de saúde em sofrimento. Suas expressões psíquicas, emocionais e alternativas encontradas visando seu equilíbrio perante os desafios. O público-alvo é formado por profissionais da área da saúde envolvidos diretamente, ou não, no cuidado a pacientes acometidos pela COVID-19 e com interesse em conhecer por que os Cuidados Paliativos se firmam como uma prática assertiva nesta pandemia, as respostas obtidas nesse trabalho e que pretendem gerar reflexões sobre a necessária mudança do paradigma assistencial em saúde, para além desta fase crítica. Não se trata de um livro sobre... mas um livro de Cuidados Paliativos.
Esta obra representa uma grande evolução para o mundo dos Cuidados Paliativos Pediátricos, constituindo uma novidade para essa especialidade. O livro fornece uma resposta eficiente e rápida para suas questões. A forma como os organizadores e autores escrevem os textos mais atualizado e de maneira envolvente, e clinicamente relevante, faz o livro, Cuidados Paliativos Pediátricos, uma fonte de referência imprescindível, para os leitores interessados em cuidados paliativos.
A primeira edição deste livro, intitulada Cuidados Paliativos na Emergência, trouxe, de forma inédita na literatura de Cuidados Paliativos, uma abordagem essencialmente prática, ilustrada com casos clínicos, rica em fluxogramas e tabelas, escalas e doses dos medicamentos essenciais. Esta segunda edição, completamente atualizada e com novo título, amplia o escopo para incluir pacientes críticos, tanto na sua apresentação na emergência como durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva e no pós-UTI. Esta edição conta com: • 20 novos capítulos, incluindo temas que variam desde cuidados específicos com a população LGBTQIA+ até nutrição e hidratação em fim de vida na UTI. • Três novas seções: · Tomada de decisões, abordando temas como o papel da família na decisão compartilhada, Trial de UTI e transição de cuidado. · Ajuste de suporte vital, com 8 capítulos que trazem em conjunto evidências científicas e a experiência dos autores sobre os potenciais riscos e benefícios de várias intervenções, desde transfusões e antibioticoterapia até hemodiálise e ECMO. · Cuidado pós-UTI, incluindo temas como reabilitação, paciente crítico crônico e síndrome pós-UTI. • Autores reconhecidos em suas respectivas áreas, de diferentes instituições do norte ao sul do país, contemplando: médicos intensivistas, paliativistas e emergencistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas, trazendo, desta forma, uma visão ampla e interdisciplinar do cuidado. • Casos clínicos ilustrativos, demonstrando a aplicação de conceitos e fluxogramas, presentes na grande maioria dos capítulos. • Uma seção de consulta rápida para uso à beira-leito, com as principais escalas de funcionalidade e tabelas de tratamento de sintomas, incluindo as medicações mais indicadas e suas respectivas dosagens.
Esta obra se inscreve no campo de discussão sustentado pelo o Núcleo de Investigação das Subjetividades Contemporâneas (NISC-EMED-UFOP), grupo que se dedica a desenvolver ações de pesquisa e de extensão em torno de questões relacionadas às sexualidades e aos gêneros no contexto das práticas em saúde. Nela, relatos de experiências de cuidado voltado para pessoas trans no território mineiro refletem não só o compromisso das autoras e dos autores com o diálogo interdisciplinar nos processos de formação de profissionais de saúde, mas também o desejo de construção de realidades menos violentas nas quais as diferenças possam, de fato, circular.
De fato, a comunicação é o ponto mais sensível em todas as relações humanas, tanto mais em situações de vulnerabilidade, como é uma doença grave – e um prognóstico de terminalidade pode elevar exponencialmente o potencial de mal-entendidos. É neste sentido que a bioética, como ciência que une ciência e humanidades, pode nos trazer os elementos para enfrentar com padrão-ouro as dificuldades que surgem também na comunicação. Neste primeiro volume, a Série CP – Cuidados Paliativos – Comunicação, Bioética e os Últimos Momentos, apresenta temas relevantes que foram compilados em 18 capítulos divididos em quatro partes: Comunicação; Bioética e Qualidade de Vida; Aspectos Espirituais e Psicossociais e Últimos Momentos de Vida. São expostos temas que inter-relacionam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros atores desse “universo paliativo”. Em uma linguagem clara e associada com a prática clínica, os capítulos buscam abordar os cuidados paliativos de uma forma abrangente e aplicada ao dia a dia do profissional de saúde. A cada linha se percebe a delicadeza e a especialidade com que os últimos momentos são tratados e quão fundamental é que estes elementos estejam presentes em todas as interações comunicacionais da equipe de cuidados.
Os temas da publicação priorizam a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulam a sua autonomia e independência, além de desenvolverem uma mentalidade preventiva no sentido de se evitarem danos à saúde do idoso. Os artigos contribuem para que o cuidador seja capaz de desenvolver ações de ajuda naquilo que o idoso não mais pode fazer por si com o maior sucesso possível. Tentar melhorar e garantir a qualidade de vida é também um dos principais objetivos deste livro. Os leitores terão à disposição, na realidade, um manual de consulta e leitura que os ajudará a resolver dúvidas de como se deve cuidar do idoso de uma maneira informal e voluntária ou formalmente por profissionais que executam atendimento e cuidado sob a forma de prestação de serviços.
O conhecimento do ser humano evolui continuamente em todas as áreas. Na medicina, porém, o avanço de uma ampla gama de tecnologias voltadas para o prolongamento da vida – desejo primitivo dos seres humanos – deu lugar à tecnocracia. Esse movimento iludiu leigos (e muitos profissionais) e criou mitos, sobretudo o de que a morte poderia ser vencida. O problema é que essa obstinação terapêutica é hoje, muitas vezes, fonte de sofrimento – e paradoxalmente pode resultar no abreviamento do tempo de vida. Assim, é fundamental resgatar a qualidade do cuidar, não só do ponto de vista biológico, mas também mental e espiritual. Não se trata de abandonar o desenvolvimento tecnológico, mas de integrá-lo à visão plural de cuidado. Partindo desse pressuposto, esta obra – escrita por uma equipe multidisciplinar – se baseia numa prática integrativa, na qual todas as áreas de conhecimento trabalham juntas na busca da melhor qualidade de vida e da dignidade humana. Dividida em 16 capítulos, ela oferece protocolos seguros e eficazes que aliviam os principais sintomas dos pacientes que demandam atenção paliativa e traz uma série de opções de tratamento. Também são abordados temas como plano avançado de cuidados e diretivas antecipadas de vontade, além dos cuidados de fim de vida. Trata-se de uma referência fundamental num campo que está em franco desenvolvimento.
Traz um conjunto variado de ensaios representativos das atuais - e diversas - tendências historiográficas a respeito dos discursos e das práticas sociais que, em diferentes cenários latino-americanos e caribenhos, organizaram-se em torno de questões relativas à saúde e à doença. A intenção é pôr em evidência aspectos relevantes da experiência histórica dos países quanto a ações individuais e coletivas relacionadas à manutenção e à restauração da saúde, bem como ao cuidado, ao controle e à cura das doenças. A preferência pelo local e pelo específico não visa à mitificação das práticas culturais, pois, nas abordagens aqui desenvolvidas, os eventos históricos alcançam significado num quadro de referência mais amplo. Assim, os temas da saúde e da doença se entrelaçam com outras realidades coetâneas: penetração e avanço de formas capitalistas, mudanças do perfil demográfico e acelerada urbanização, formação material e simbólica dos estados nacionais, dinâmicas socioprofissionais, dentre outros. Os artigos selecionados apresentam o que há de melhor nas análises históricas sobre saúde e doença em nossas regiões, e certamente são, desde já, leitura obrigatória para profissionais, professores e estudantes das áreas de saúde coletiva, história, medicina, ciências sociais e humanidades.
O livro Cuidados paliativos: uma questão de direitos humanos, saúde e cidadania busca agregar os conceitos essenciais, tão escassos na literatura corrente, sobre a relação entre a valorização da dignidade ditada pelos direitos humanos e a obtida com a prática do paliativismo. Indo além do comum para explicitar os cuidados paliativos, a obra não se limita apenas ao trato dos pacientes com doenças avançadas, mas oferece um olhar completo sobre a prática na atualidade. Cuidados paliativos são cuidados integrais, realizados por equipes multidisciplinares, prestados a pessoas portadoras de doenças graves e avançadas, sem perspectiva de cura, sendo também extensivos as suas respectivas famílias, com base na técnica, no diálogo, na fraternidade e na compaixão. Reduzir tais cuidados apenas à proximidade da morte é olhar uma obra de arte por um único ângulo na penumbra. É necessário aspirar mais, muito mais e a leitura deste livro nos ajuda no desafio da busca de uma visão global. Para tanto, sintetizam-se a relação entre estes cuidados e os campos de estudo da ética, bioética, desenvolvimento histórico, direito, filosofia, protagonismo do paciente e formulação de políticas públicas. Tal feito conta com a colaboração de profissionais de diferentes áreas, militantes e estudiosos de cuidados paliativos, de forma que a compreensão da necessidade da universalização do acesso a essa prática e o enfrentamento dos desafios para tal no Brasil possuem caráter essencial na busca por uma saúde pública ética e igualitária para todos. Trata-se de um livro com linguagem compreensível, fácil, com sólida base acadêmica, indicado a todos que pretendam adentrar no universo dos cuidados paliativos.
Esta coletânea se alicerça em diferentes perspectivas oferecidas pelos autores-pesquisadores-colaboradores da Rede Multicêntrica de Pesquisa lncubadora da integralidade e convidados, de modo a permitir contemplar as múltiplas experiências do pensar e agir acerca da integralidade do cuidado, a partir de distintos contextos sociais, geopolíticos e epistêmicos. Além disso, busca compor uma espécie de sensos comuns acadêmico, cientifico e intelectual, cujas divergências não signifiquem uma contradição ao entre elas, mas que sirvam de complemento, como nos ensina Hannah Arendt, ao propor a ideia da mentalidade alargada.
A obra resulta dos Colóquios de Celso Furtado. Objetiva-se contribuir para a promoção do debate nacional sobre Cultura e Desenvolvimento, visando construir um campo de reflexão em torno da economia política da cultura, tendo em vista a necessidade de incluir o tema na agenda do desenvolvimento brasileiro e, principalmente, na democratização da produção e acesso aos bens simbólicos no território nacional, abrindo os canais para a expansão da criatividade da sociedade.
É impossível ler bell hooks e não sair da zona de conforto. O estudo de sua obra pode acender em cada pessoa uma chama, uma disposição a correr o risco de imaginar possibilidades subjetivas e comunitárias para além do patriarcado capitalista supremacista branco, possibilidades de contato genuíno com a alteridade. Se esses sistemas interligados de opressão normatizam modos de vida automáticos e apáticos, reproduzindo lugares sociais já sedimentados, as provocações de hooks nos estimulam a assumir uma presença viva, criativa e apaixonada, almejando construir novos modelos de existência — e uma cultura fora da lei.
Um olhar histórico e sociológico sobre a homeopatia enquanto fenômeno cultural e seus embates com a ciência. Desde suas raízes no século XVIII, a homeopatia desafia a medicina convencional, dividindo opiniões e gerando debates. Conquistou adeptos fiéis que defendem sua eficácia, enquanto parte da comunidade científica questiona a falta de comprovações robustas e conclui não haver boas razões para acreditar que a homeopatia de fato seja eficaz. Cultura homeopática enquadra a disseminação do conhecimento homeopático como um objeto da agnotologia, para tentar entender, sob um prisma sociológico, como as crenças homeopáticas sobrevivem e se desviam até mesmo do conhecimento científico moderno.
Com o objetivo de introduzir o leitor a uma breve cartografia sobre a questão da cultura e suas leituras este livro reúne artigos elaborados por estudiosos de 12 áreas do conhecimento. Cada capítulo tem um propósito básico - oferecer um panorama sobre algumas das relações existentes entre determinados campos específicos de conhecimento e cultura. Os textos não deixam de refletir uma leitura pessoal que enlaça o desenvolvimento da área de estudo do autor com a cultura.
Cultura, saúde e doença, 5ª edição, aborda as interações complexas entre saúde, doença e cultura, enfatizando o papel da antropologia médica e a prática dos cuidados de saúde, utilizando exemplos da vida real e estudos de caso. Esta obra, completamente revisada a fim de abranger o que há de mais atual, também expandiu a cobertura de diversos tópicos para incluir temas como: pobreza e desigualdade em cuidados de saúde, genética, biotecnologia, internet e saúde, doenças crônicas, infecções resistentes a drogas, mudanças na nutrição e imagem corporal, cuidados médicos dos migrantes, tecnologia médica, pandemias mundiais como AIDS e malária, dependência de drogas e álcool, além da linguagem do sofrimento dos pacientes, um assunto complexo na relação médico-paciente.
A presente obra reúne pesquisadores de diferentes instituições que se preocupam em socializar os resultados de investigações que perpassam pelo tema Cultura, Trabalho e Cidadania como resultantes do trabalho humano, quer em decorrência dos objetos estudados ou como resultantes de um fazer científico que se propõe politicamente engajado com a possibilidade de corroborar com processos de humanização, de fortalecimento de cidadanias.
O livro Curar-se do álcool: antropologia de uma luta contra o alcoolismo, da antropóloga francesa Sylvie Fainzang, é uma contribuição significativa para os estudos do álcool e do alcoolismo. Fainzang empreende um estudo etnográfico da luta contra o alcoolismo travada por aquele movimento, caracterizado como uma verdadeira "cultura da abstinência", ou seja, um sistema de valores específicos relativos à gestão do alcoolismo para pessoas que se consideram doentes.
Discute as novas políticas curriculares, com suas formas específicas, e às vezes conflitantes, de tratar o trabalho escolar e docente, enfatizando ora o desempenho do aluno, ora a formação do professor ou a atividade pedagógica.
Este livro tem como principais objetivos 1. Contribuir, diante da nova conjuntura política que se abriu no Brasil em 2023, para a reconceituação teórica, criação de novos dispositivos inovadores e para a retomada das lutas no processo de reforma psiquiátrica e de luta antimanicomial. 2. Subsidiar a formação crítica e politizada, bem como a educação permanente de estudantes, profissionais, gestores, trabalhadores e ativistas de diversos tipos que hoje atuam ou irão atuar no SUS e particularmente na rede de atenção psicossocial. 3. E, especialmente, prover um material para ser apropriado de forma cuidadosa em dispositivos de educação popular, para a formação de lideranças de pessoas usuárias e familiares do campo da saúde mental e drogas, com vistas a subsidiar as suas novas formas de protagonismo que estão se desenhando no cenário brasileiro atual. Estes objetivos são particularmente importantes no contexto atual de condições de trabalho no SUS como um todo, em que a maioria dos trabalhadores de saúde e saúde mental no país são terceirizados e precarizados, processo que provoca alta rotatividade, perda de experiência histórica e de formação adequada às práticas da atenção psicossocial.
Nesta obra, a autora analisa a interlocução entre consumo patológico e consumo patogênico de álcool, tendo como campo de ação-pesquisa 12 anos de trabalho direto e 6 de labor indireto em uma empresa de petroquímica brasileira.
Este livro é resultado de um esforço para resgatar as ideias de Josué de Castro 75 anos depois da publicação de sua obra-prima, Geografia da fome, justamente num momento em que o país volta a enfrentar as formas mais graves da insegurança alimentar e nutricional. Em 26 artigos e uma linha do tempo, e em permanente diálogo com o intelectual pernambucano, Da fome à fome oferece um panorama multidisciplinar sobre esse flagelo na tentativa de responder a uma pergunta absurda: por que uma potência agropecuária mantém 33 milhões de pessoas sem comida na mesa enquanto exporta toneladas e mais toneladas de grãos e carnes todos os anos? Como se verá nestas páginas, a questão é essencialmente política. Por isso, Da fome à fome é leitura obrigatória para quem está estarrecido com a carestia brasileira do século xxi e deseja compreender o problema para além do discurso fácil e falacioso do agronegócio.
Ao mesmo tempo que coloca novos questionamentos, a obra nos mostra que o ser humano é complexo e multidimensional, isso deve ser levado em consideração também quando a questão é a formação docente no contexto educacional brasileiro. O livro apresenta um tema de grande relevância para a compreensão das disputas envolvendo a formação docente para o ensino profissional, assim como para discutir a dualidade no processo educacional a partir de uma perspectiva histórica, mostrando a forte hierarquização presente na sociedade e as estratégias, via educação, para a manutenção da hegemonia. Um livro que associa o processo histórico com os novos e futuros desafios, utilizando-se de uma visão inovadora ao articular o pensamento de intelectuais e autores consagrados, com diferentes posicionamentos políticos e ideológicos, a materiais de acervos e documentos oficiais. Um caminho que busca desvelar os interesses e as disputas de forças políticas e econômicas em torno da formação docente, caracterizando uma leitura inédita sobre a sua trajetória, desde as antigas e tradicionais Escolas Técnicas Federais, passando pelos Cefets, até chegar nos Institutos Federais. Uma obra indispensável para estudantes, pesquisadores e profissionais que buscam compreender os interesses e as disputas que envolvem a formação docente e a constituição das instituições de ensino no campo das políticas para a Educação Profissional e Tecnológica no Brasil.
Reunião de quatro textos escritos pelo reformador alemão Martinho Lutero (1483-1546), no início da segunda década do século XVI, como introdução a alguns dos livros da Bíblia. Nas palavras do próprio Lutero, em carta ao papa Leão X, é um livrinho se consideramos o papel, mas que contém a totalidade da vida cristã se consideramos o sentido.
Este Da pediatria à psicanálise, de Donald W. Winnicott, volta-se mais diretamente aos profissionais ligados ao cuidado de bebês e crianças: pediatras, enfermeiras/os e psicanalistas. Nesta reunião de artigos, que acompanha o percurso de Winnicott da pediatria à psiquiatria e ao nascente campo da psicanálise infantil, é possível observar o diálogo entre essas diferentes perspectivas tomando corpo nas ideias e na prática de Winnicott, e apreciar as diferentes modalidades de escuta que o psicanalista e pediatra foi concatenando ao longo de sua carreira. Winnicott passou a observar e a escutar as crianças que vinham a seu consultório não tanto com um estetoscópio como com a disposição para depreender de brincadeiras conflitos e angústias que não eram verbalizados.
A indústria do sexo é uma fonte inesgotável de drama lascivo para a grande mídia. Nos últimos anos, assistimos a um pânico generalizado em relação aos “distritos da luz vermelha online”, que supostamente seduzem mulheres jovens e vulneráveis para uma vida de degradação. A tendência atual de escrever e descrever experiências reais de trabalho sexual alimenta uma cultura obcecada pelo comportamento das profissionais do sexo. Raramente esses relatos temerosos vêm das próprias trabalhadoras, e nunca se desviam da posição – comum entre feministas e conservadoras – de que essa indústria deve ser abolida e as trabalhadoras devem ser resgatadas de sua condição. Dando uma de puta desmantela os mitos generalizados sobre o tema, critica ambas as condições dentro da indústria do sexo e sua criminalização, e argumenta que separar esse trabalho da economia “legítima” só prejudica aqueles que realizam trabalho sexual. Aqui as demandas das profissionais do sexo, por muito tempo relegadas às margens, ocupam o centro do palco: o trabalho do sexo também é trabalho, e os direitos das profissionais do sexo são direitos humanos.
Das Cores do Silêncio, primeiro lugar do Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa no ano de 1993, foi publicado pelo Arquivo Nacional em 1995, com uma segunda edição em 1998. O livro lançou novo olhar sobre a trama e o drama da Abolição e do Pós-Abolição, tendo por foco as aspirações de liberdade da última geração de africanos escravizados nas lavouras cafeeiras do Sudeste e de seus descendentes diretos. As fronteiras fluidas entre escravidão e liberdade, examinadas quase ao microscópio no trabalho, iluminam um processo específico de racialização pelo avesso, associado às primeiras definições do cidadão brasileiro como portador de direitos civis e políticos.
Os autores deste livro tratam de excessos. Eles discutem, em especial, os excessos no campo da saúde pública e no território acadêmico, chamando atenção para 'a dimensão ideológica que parece rodear muitas abordagens catastrofistas ditas racionais'. Em ou
Esse livro celebra os 15 anos de existência do Programa da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da ENSP/FIOCRUZ. A primeira parte do livro traz o histórico do programa e os conceitos que fundamentam a iniciativa: os primeiros desafios; as estratégias pedagógicas empregadas; a nossa metodologia de ensino-aprendizagem, a construção compartilhada do conhecimento por meio dos espaços coletivos e as trocas de saberes e práticas. A segunda parte traz a experiência nos campos de prática relatada por ex-residentes e seus orientadores e se baseia em trabalhos de conclusão de curso apresentados no programa.